Encontrar a resposta a essa pergunta foi o que motivou Sandro Reiss a empreender. Lançando mão dos avanços da tecnologia, em 2015 ele idealizou uma plataforma online para promover a ligação direta entre potenciais credores e tomadores de crédito. A estrutura enxuta inerente às operações virtuais permitiu a redução de taxas dos empréstimos operacionalizados por meio da Geru Securitizadora de Créditos Financeiros.

O insight de Reiss foi perceber que havia demanda de pessoas físicas por dinheiro emprestado e, na ponta oposta, investidores capitalizados dispostos a emprestar recursos próprios cobrando taxas até 50% menores que os bancos. O que o empreendedor e seus parceiros de empreitada fizeram foi montar uma engenharia financeira capaz de ligar os dois polos.

Experiência não faltava aos sócios da Geru. Economista com MBA na universidade americana de Georgetown, Reiss teve passagem por firmas de peso – GP Investments, BR Towers, Geo Eventos (integrante das Organizações Globo), ERSA (do Pátria) e RBS. A sócia Karin Thies tem formação em matemática e estatística e 20 anos de experiência no desenvolvimento de modelos automatizados de decisão de crédito e detecção de fraudes. Completa o trio Tomás Silveira Corrêa. Formado em biologia pela USP, ele já desenvolveu softwares para gigantes como Microsoft, Google e Volkswagen.

O desenho do negócio de Reiss, Thies e Corrêa chamou a atenção dos sócios da Chromo Invest dada a convergência com suas premissas de investimento. Para a Chromo, a checagem física e o primeiro contato reforçaram que a gestora poderia estar diante de uma excelente oportunidade, ainda que em estágio embrionário. O background check de Reiss também era irretocável: meticuloso, obstinado, workaholic e o seu “mental model” eram termos que surgiam na fase das checagens. Além disso, a empresa tinha sólidos sócios operacionais na área de ciência de dados e TI.

As negociações entre a Chromo e a Geru evoluíram para uma proposta “Combo”, onde a gestora ingressava na Sociedade e também fornecia recursos a título de dívida para os empréstimos aos clientes da plataforma, que seria a primeira fintech de crédito pessoal 100% online do Brasil.

Os sócios da Chromo ainda enumeram as conquistas dos três anos de operação da investida: a Geru é um case nacional de Fintech bem-sucedida, tendo se valorizado inúmeras vezes desde o ingresso do investimento. Também intensificou o volume de empréstimos, atraiu sócios de peso do mercado financeiro brasileiro e passou a ser percebida globalmente como um dos principais players de empréstimo pessoal online do mercado latino-americano. Segundo a Chromo, a Geru já é líder do mercado em que atua e expandiu seu escopo para o crédito consignado e outros produtos sob medida para as demandas do mercado.

Reiss ainda atesta que a parceria com a Chromo vai muito além da injeção de recursos. “Os sócios não atuam em microgerenciamento. Acompanham as decisões estratégicas para o negócio, o que agrega muito mais valor”, avalia o sócio da Geru. “A Chromo tem uma postura pró-empreendedor e é muito ágil nos contatos. Tudo isso faz muita diferença para uma fintech”, acrescenta.

No encerramento de 2018, a carteira da Geru já englobava 70 mil clientes, com oferta de créditos de R$ 2 mil a R$ 50 mil. “Em dois anos, os juros mais baixos com que operamos ajudam as pessoas a economizar muitos mil reais que seriam pagos em empréstimos no modelo dos bancos tradicionais”, destaca.

Apenas três anos depois de se lançar no mercado, a Geru já contava 120 funcionários. No lugar do primeiro escritório, apertadíssimo e improvisado sobre uma loja de brinquedos, hoje o time está instalado numa moderna supersede, com espírito de Vale do Silício, na Vila Madalena. O escritório cresceu e a equipe aumentou, mas o princípio que atraiu o olhar da Chromo Invest permanece intacto.