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Smart Fit

“Voltei sabendo que o caminho era democratizar o conceito de academia, oferecendo serviços de alto padrão com planos acessíveis e adesão facilitada”

O empresário Edgar Corona já havia transformado sua marca Bio Ritmo em uma bem-sucedida rede quando, há cerca de 10 anos, percebeu que a expansão do negócio esbarrava num obstáculo: a saturação de academias conhecidas como high end. “Naquela época, São Paulo tinha mais academias de alto padrão do que Nova York”, compara. Convidado a integrar um round table nos Estados Unidos ao lado de players do setor originários de vários países, o executivo conheceu a Planet Fitness. Essa rede americana oferecia aos praticantes de atividades físicas um bom conjunto de equipamentos cobrando apenas 10 dólares mensais, um terço do valor da concorrência. “Voltei sabendo que o caminho era democratizar o conceito de academia, oferecendo serviços de alto padrão com planos acessíveis e adesão facilitada”, afirma.

Pesquisando o mercado brasileiro para delinear o modelo que adotaria para a expansão, Corona verificou que as academias fora do circuito high end em geral eram espaços pouco atraentes, equipados com aparelhos de baixa qualidade. Decidiu, então, investir em um projeto arquitetônico bem pensado, no desenvolvimento de identidade visual, em equipamentos modernos e em profissionais diferenciados. Daí nasceu, em 2009, a Smart Fit, a primeira rede de academias low cost – low fare do Brasil.

A aposta foi certeira: já no ano de estreia, a nova marca de Corona abriu quatro unidades, seguidas da inauguração de outras 12 em 2010. Não demorou até que a expansão rápida e consistente da Smart Fit chamasse a atenção de grandes gestores de fundos de investimento, como o brasileiro Pátria, o americano Blackstone e o GIC, de Cingapura.

Convidado pelo Pátria para fazer parte de um club deal, a gestora Chromo Invest logo percebeu o potencial de crescimento da Smart Fit e o perfil de empreendedor nato de Corona. “A ideia dele fazia muito sentido. Afinal, existia uma demanda por serviços, e a crise de 2008 exigia modelos mais enxutos de gestão”, diz Marcelo Ferreira, sócio da Chromo Invest. O primeiro investimento da Chromo na Smart Fit foi feito através do Pátria.

Em 2012, uma nova chamada de sócios levou o Blackstone a aumentar a participação no negócio e marcou a entrada do GIC. Foi também naquele ano que a Chromo passou a liderar um grupo de investidores individuais, com direito a assento de observador no conselho de administração da Smart Fit.

Tão importante quanto o aporte de recursos foi a experiência que a Chromo levou à rede, afirma Corona. “O estilo de participação dos sócios da Chromo é muito positivo. Eles pensam em soluções para todas as áreas, do marketing à gestão financeira, da estratégia de expansão à comunicação”, destaca o fundador. E é exatamente esse envolvimento que diferencia a Chromo de outros fundos de investimento, na opinião de Corona. “Eles têm olhar de dono, não apenas de investidor. Todas as vezes que precisamos, estão ao alcance do telefone”, completa.

O resultado dessa parceria pode ser medida em números. Prestes a chegar à primeira década, a Smart Fit já é a maior rede de academias do gênero da América Latina, com 480 unidades próprias, 120 franquias e um time de cerca de 9 mil profissionais (são mais 1,8 mil a cada ano, em média). “A Smart Fit funciona com base em unidades-célula: cada uma precisa entregar resultado financeiro, apresentar engajamento de equipe e conquistar a satisfação do cliente. Assim, cada unidade mais parece uma startup”, detalha Corona.

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